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domingo, 3 de maio de 2009

JUDÔ NA ADOLESCÊNCIA:
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO E PRÁTICA DE JUDÔ POR ADOLESCENTES
Por Tiago Ribeiro

A adolescência é a fase da vida em que ocorrem mais transformações, e é nessa fase que o ser humano passa a ter noções de mundo que ainda não tinha, passando assim por um processo de em sua forma de pensar e agir, uma vez que é principalmente nesse momento da vida o indivíduo aprende a lidar com diferentes fatores, tais como sexualidade, drogas, amor, responsabilidades, dentre outros.

Tendo em vista tantas transformações físicas e psicológicas, o jovem necessita de atividades que possam suprir tais alterações e inibições, auxiliando assim nesse difícil processo de desenvolvimento. Nesse sentido, o judô é uma das atividades em que o adolescente pode se firmar como um cidadão e aprender a formular e obter conceitos, regras e atitudes, as quais serão cobradas pelo professor (mestre).

O jovem ainda não tem a exata noção do quanto o judô é importante. Como disse Julio César Bueno Perciúncula, professor da disciplina de teoria e prática de Judô na Faculdade Cenecista de Ciências e Letras de Osório (FACOS), “não se trata apenas de uma arte marcial, mas sim de valores fundamentais para a formação de um cidadão”. Existe então uma lista de valores essenciais a que é preciso fazer respeitar, bem como de virtudes que o adolescente deverá adquirir, na qual constam: cortesia, coragem, sinceridade, controle de si, honra, modéstia, amizade e respeito, que consistem exatamente em:

Ø Cortesia: é um valor que se impõe desde o início ao jovem judoca sob a forma de uma "etiqueta" simples, porém rigorosa. É através desse valor que o jovem compreende as implicações das suas atitudes. No fundamental, é um conjunto de regras que determinam o comportamento de um grupo social e que convém respeitar.

Ø Coragem: a coragem dos heróis é aquela que é obtida como fruto de uma ação pontual. No Judô a coragem é de outra ordem: o saber começar, continuar sem resultado e nunca desistir.

Ø Sinceridade: saber ser verdadeiro, exprimir-se sem desvirtuar o pensamento. Obriga a um grande conhecimento e aceitação de si próprio. A sinceridade exprime-se no judô quanto à prática do combate em realizá-lo com o espírito isolado do resultado.
O autocontrole: o controle de si, particularmente das suas emoções, para ficar centrado e preservado ao máximo às suas potencialidades, sem entrar na excitação ou na apatia.

Ø Honra: dignidade moral em relação a si e aos outros, que permite em especial ao jovem judoca não aceitar ganhar a qualquer custo.

Ø Modéstia: saber que se pode ganhar hoje mas perder amanhã, saber colocar o ego no seu lugar, para funcionar em harmonia com os outros.
Ø Amizade: virtude na qual sabe–se que todas as horas passadas em conjunto a transpirar, procurar, opor-se no respeito, não são ilusórias, nem é o fim das relações de cumplicidade muito úteis para o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.

Ø Respeito: ao tapete, ao professor, aos princípios, à integridade física dos outros e a seu valor humano, bem como a si mesmo, é uma das peças fundamentais do sucesso do judô e do seu alto valor educativo. A etiqueta é então um conjunto de regras de um cerimonial em prática numa coletividade instituição política.

Além das virtudes inerentes ao Judô, deve-se considerar que a prática do Judô por adolescentes contribui para:

Ø desenvolver de forma global e harmoniosa os jovens, em suas dimensões física, intelectual, emocional e social, assim como sua formação cívica;

Ø garantir a saúde e segurança nas atividades desenvolvidas;

Ø propiciar oportunidades de desenvolvimento pessoal e social, através da integração no grupo e do desenvolvimento da auto-estima;

Ø proporcionar oportunidades para que os jovens possam viver experiências agradáveis, fazer novos amigos, aprender novas habilidades, adquirir hábitos de auto disciplina e persistência e aprender a cooperar e competir com lealdade;

Ø garantir a todos os jovens a oportunidade de se aperfeiçoarem, conferindo ao mesmo tempo àqueles que manifestem aptidões fora do comum a possibilidade de poderem evoluir,se o desejarem, para níveis mais elevados do rendimento desportivo;

Ø privilegiar o desenvolvimento do gosto pela prática, a aprendizagem correta e consistente das técnicas, o enriquecimento do "vocabulário" motor e o desenvolvimento geral das capacidades motoras, por oposição à valorização excessiva da vitória e do resultado, que conduzem facilmente ao treino intensivo;

Ø evitar apresentar a vitória e as medalhas como as únicas referências de sucesso, devendo, pelo contrário, encorajar e elogiar o esforço efetuado e o progresso individual atingido por cada praticante, independentemente dos resultados alcançados.

O judô impõe suas regras para que desse modo suas teorias possam ser conhecidas, aprendidas e respeitadas. Assim, os jovens entendem a realidade de que o judô não só é uma luta como também é, senão principalmente, um modo de preparar-se para a vida. O judô na sua forma de trabalho lúdico e vivenciado propõe uma dinâmica de ensino pedagógico mais aberto, e, através de movimentos diferenciados, coopera com aprendizagens importantes para a vida em sociedade, proporcionando uma educação interativa, favorecendo um aprender mais autêntico e significativo.


Mesmo respeitando as mais diversas opiniões, tem-se claro que o judô mostra - e efetivamente tem - um valor educativo incontestável, no qual o indivíduo adquire sua bagagem de experiência e aprendizado, desenvolve a percepção e realiza um excelente exercício global para sua individualidade. DIAS (In BARRETO, 2000.), afirma que: “escrever está no âmbito da forma, o que mais alicerça o desenvolvimento dessa atividade é o movimento”. Percebe-se assim a necessidade e a importância do judô na vida de toda a pessoa para que essa possa ter o seu papel psicomotor bem definido.

O judô tem na sua filosofia a transformação pelo treinamento de ataque e defesa, a educação corpo, mente e espírito, trabalhando a essência do seu próprio ser, onde o indivíduo exercita com a prática da humildade a perseverança, desenvolvendo com a força física e técnica a disciplina, o respeito e educação, regras basilares dessa arte milenar.

Barreto (Klint, Apud Werneck, 2000, p.92) ensina que “crianças com letra feia, agitadas em excesso, dispersas, apáticas, desorganizadas ou que esbarram em tudo, poderiam ser ajudadas se fossem encaminhadas, precocemente a um trabalho de psicomotricidade”, e esse trabalho é realizado através do estudo e prática do Judô. Portanto, considerando tudo que foi até aqui abordado, estão apresentados os argumentos e razões da importância do estudo e prática de Judô por jovens, adolescentes e pessoas de todas as idades, uma vez que todos têm talento e potencial, basta desenvolver!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, Sidirley de Jesus. Pisicomotricidade: educando e reeducando. Blumenau. Acadêmica, 2000.

JANICOT, D., POUILLART, G. Judô - a Técnica, a Tática, a Prática. Editorial estampa(1999).


REFERÊNCIAS

Site: www.judobrasil.com.br - Acessado em 24/11/2007, às 19:35h.

Lições e anotações de aulas ministradas por Perciúncula, Júlio César Bueno. Sansei de judô e professor da disciplina de Teoria e Prática de Judô na Faculdade Cenecista de Ciências e Letras de Osório(FACOS).

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